Categorias
Literatice Parece Poesia Poesia Tipo Poesia Umbigada XXX

Floral

Não anotou, deu mole, perdeu o verso

Num espere que volte, que meia hora já é muito

Perdeu, perdeu, playboy,

Fosse mais esperto

.

Coração que é bom, é coração bom

Coração bom, é coração batendo

Mas é tanto tum, no coração

Que quase não entendo

.

Conflito, é a última coisa que vai ter

Competição, angústia…

Outra aposta, podia não custar nada

Mas custa

Categorias
Comportamento Crônica Literatice

Ppfff…

Houve quem apostasse — e estava coberta de razão, esta gente — que um dos maiores desafios do isolamento seria aprender(mos) a conviver com nosso umbigo. Lavar a própria privada também se apresentava como uma luta a ser vencida, mas luvas de borracha e milagrosos detergentes vendidos pelas modelos na TV estavam/estão aí para facilitar tudo. Quase três meses depois… Lidar com as próprias presepadas? Belezinha! A analista está respondendo pelo vídeo, no WApp. Mas… Passado este estágio da evolução, alcançado o entendimento dos protocolos de atuação política no Insta-só-alegria-gram, e mesmo com os bares ainda fechados, a gente começa a se perguntar: agora que somos (quase) capazes de nos aguentar, pelo menos um pouco, será que vai sobrar alguma coisa, uma dose de energia para suportarmos outrem?

A propósito: “outrem” soa melhor do que “outrxs”, não soa? Mas isso é uma outra história. As pessoas, mesmo isoladas, não escreveram mais do que vinham costumando escrever. Fizeram mais lives, mais vídeos, mais discursos, sim, isso elas fizeram. Mas… escrever? Ppfff… Aliás, de volta aos umbigos dos outros, à necessidade iminente  de encarar as manias dos convivas de outrora, ppfff… Poderemos ver o surgimento de uma espécie de Era do Pff… Vai ter quem prefira dizer “Ppfff… Times” ou ainda “Ppfff… Age”. O “Ppfff”, que é diferente do “e-daí-?” presidencial, pode vir a servir pra muita coisa. “Ppfff…” é aquele som que você faz quando simula um início de risada. Um verdadeiro coquetel de planejamento e espontaneidade, sem precisar de gelo.

Na prática, pode ser usado no momento em que pretende dar uma zoada, mas uma zoada de leve, em quem está por exemplo colocando nas alturas o próprio time de futebol. Sim, discussões importantíssimas sobre futebol devem ser das primeiras coisas a voltar à tona. Então, agora, quando as ruas estiverem sendo de novo ocupadas por prosas saudáveis e amigáveis, muito amigáveis mas às vezes capazes de acender o pavio do ódio… podemos soltar um “Ppfff…” e teremos achado a saída para não brigar.

O “Ppfff…”, na sua essência, já carrega um quê de válvula de escape. Você que além de limpar o banheiro arriscou-se a cozinhar feijão na panela de pressão teve a chance de observar o maravilhoso barulhinho que sai de lá. É quase um exercício de meditação conduzida: “Ppfffffffff…”

Os médicos não precisam se preocupar. Não é o caso de recomendarem o uso moderado do “Ppfff…”. Estamos falando de uma proposta anti-porradaria bastante segura. Estaremos todos usando máscaras… Elas não vão cair de uma hora pra outra. Aquele sujeito que cospe em todo mundo, vai poder fazer seu “Ppfff…”, como todos — vai ficar com o paninho que lhe cobre a cara um pouco molhado, vai ter que trocar, de vez em quando. Mas o “Ppfff…” é pra ser geral e irrestrito. Não faz sentido ter “Ppfff…” pra uns e não ter “Ppfff…” pra outros.

A gente vive num mundo de simplificações. O “Ppfff…” pode ser uma maravilhosa ferramenta para quem não aguenta mais essa história de bom-dia, boa-tarde, boa-noite. Vai bastar um “Ppfff…” e tudo estará resolvido. Imagina só: você passa por alguém, tudo que precisa dizer é “Ppfff…” e, pelas novas regras de convivência, em nome da tolerância umbilical, tudo vai funcionar bem. Sem cara feia, só “Ppfff…”.

Em discurso de candidato, sabe? Já quase dá para imaginar alguém, no palanque, de terno e gravata, claro: “Porque aqui, meus irmãos, não tem privilegiamento, é tudo na mais abençoada transparetude. Tudo em nome de todos e do progresso, pra que você não chegue no fim do mês e em vez de contribuir fique no… Ppfff…”

O “Ppfff…” não é concordância nem discordância. É paz/retórica da melhor qualidade resumida em pouquíssimas letras, cheia de sonoridade, de descompromisso. É expressão de firmeza e gentileza, sem que isso seja confundido com desafio e confronto. É sutileza, sem que deixe de haver um flerte com o deboche saudável, sem que seja um não à argumentação, pra carioca nenhum botar defeito. Já dá pra imaginar o Verão Do Ppfff…

O “Ppfff…”, inclusive, tem potencial para superar o “like”, o “joinha”. O negócio pode evoluir, interneticamente falando. Imagina se nas redes sociais criam o Botão do Ppfff…, vejam só. E aquele famoso adesivo, o Shit Happens? Vamos ter o Ppfff… Happens. Registra aí, antes que Ppfff…

Categorias
Comportamento Crônica Música Paulo-Coelhismo

Velocidade

O cara leva um dia inteiro para entender que precisa colocar nas redes sociais um adesivo que o qualifique como antifascista. Veja só, um dia quase inteiro correndo o risco de ser considerado um “antifascista lento demais”. Para dizer o mínimo, porque a era da pós-verdade também é a dos julgamentos-velozes-e-furiosos. A pandemia estava aí, quem diria, também para ensinar as pessoas a serem mais rápidas. Na manhã seguinte, senso de interpretação já mais aguçado, fica fácil o cidadão da internet perceber, após ver 17 perfis exibindo um quadro completamente preto, que tem alguma coisa no ar para ser entendida/seguida/comprada.

É hora de pintar tudo de preto, não de pensar em música e em cores? Teve uma artista plástica, muito engajada, por sinal, que parece que sem querer querendo furou isso. Não que ela discorde da #blackouttuesday, mas é que o trabalho que vinha sendo elaborado há semanas por acaso é bem bem bem colorido e no impulso ela publicou aquela imagem. Deve ter acordado cedo demais, antes do início da onda de quadros pretos. Ou foi dormir tarde, ontem. Teve um feedback positivo, talvez por ter mais tarde pedido desculpas, o que prova que as pessoas, isto é, algumas pessoas, são capazes de apertar o botão do preto e o botão das cores, nas horas certas, sem que isso se transforme num problema. Outra lição da pandemia: manter a concentração e o esforço para conversar.

Claro que não é sempre que dá para levar um lero. Já deu tempo de ver em ação quem tentasse conduzir essa pauta do preto nas telas com uma argumentação, digamos, técnica. Um papinho de que “preto é ausência de cor” e “branco é a soma de todas as cores”. Pouca coisa é mais irritante do que ver alma sebosa tentando se dar bem no palco. Se isso já é chato em dias “normais”, imagine num período de exceção…

Essa história de blecaute também pode levar a gente a pensar em sons. Tem as esquisitices eletrônicas — no bom sentido — de sempre. Mas essa onda toda de violência, que às vezes pelo menos em pensamento é capaz de nos levar ao século passado, quase ainda ao retrasado, pode nos fazer também revisitar clássicos. Como “Paint it, black”, dos Stones. Se for para voltar ao passado, vendo as fascistices do Poder ferrarem a cabeça da gente, com medo da polícia de um lado e do web-tribunal de outro, façamos uma viagem que ao menos tenha trilha sonora.

Por mais mainstream que seja, Stones merecem uma chance de nos embalar/ajudar aí. Richards e Jagger erraram e acertaram muitas vezes. “Paint it, black”, com certeza, é um dos acertos. E se o engajamento no protesto pode, de alguma modo, valer-se da oportunidade para promover algo, digamos, poético/colorido, que a música — sim! — entre em cena. Né? Que ela seja ouvida e sentida. E que os corpos e almas que estão sendo baleados e sufocados tenham uma chance de vibrar sob versos e acordes inspiradores — para eles e para os que ainda estão vivos.

Categorias
Comportamento Crônica Freudcast Paulo-Coelhismo XXX

Polegar-pra-cima ou coraçãozinho?

Tem essa coisa do setor cultural precisando de amparo. Mas… Dois tipos de “espetáculo” que sempre estiveram firmes e em alta na internet seguem pipocando durante a pandemia e não parecem necessitar de sequer um tostão para continuar em cartaz. Primeiro, os playbas piadistas, que fazem graça com assuntos sérios: nem se dão ao trabalho de escrever seus próprios “ha-ha-has” e aguardam incansáveis uma nova oportunidade para serem desagradáveis. De outro lado, os sofredores, pobres-desamparados que se abrem para o público, compartilham seus fracassos e fantasmas, jogam luz sobre uma “grande dor” pela qual parecem ser consumidos.

Mundinho de extremos. Nele, os primeiros querem aplausos e um emprego de roteirista. Os segundos, carinho e atenção. Mas se você clicar no coraçãozinho ou no polegar-pra-cima, já vão ficar muito satisfeitos. Porque a internet, afinal, é um mundo de oportunidades e o quintal de grandes empreendedores. Gente movida a joinha. Então, um clique a mais pode sempre ser a migalha que falta para o “artista” diligente fazer o seu próprio sonho-americano virar realidade.

Às vezes, falta ao showman alguma originalidade. A rede mundial de computadores é um poço sem fundo. É cheia de lixo, mas exigente. Uma gracinha é sugada para o web-inferno em questão de segundos. Google é tipo um Saturno: faz tudo envelhecer. Precisa o humorista ter preparo físico, isto é, muita disposição para renovar as bobagens que digita. Na era do “E daí?”, o engraçadinho que cita um exemplo qualquer de área em crise e improvisa a musiquinha-dancinha dos caixões está sendo muito… muito… sem-gracinha.

É mais fácil ter paciência com a galera da tristeza? É? Às vezes, parece que sim. O que pode nos levar para aquele lugar dos bonitinhos ordinários, da solidariedade que mostra a cara somente na hora do câncer. Os dois fenômenos só podem existir porque há público. Para ambos, a única resposta parece ser um polegar-pra-cima. A gente precisa tomar algum cuidado para que, com o tempo, esta não passe a ser também para nós a única possibilidade de resposta.

Categorias
Ctrl + C -> Ctrl + V Música

Sonhar é permitido

Junho de 2021, hein…!

Categorias
Comportamento Crônica Música XXX

Tum!

Sabe o surdo? Tem aquele abatimentozinho provocado pela cuíca, mas é o surdo que pode definir os contornos de uma tristeza mais absoluta, um desespero sem saída, uma saudade aparentemente sem cura. É o surdo, ou — surpresa! — a falta dele, que faz o cara parar e pensar. Surdo é parada, é intervalo, é um mergulho num hiato muito breve que pode te afogar pela eternidade.

Os carnavais acabam. Conforme-se. Há quem defenda agora que não devíamos ter tido a folia do início deste ano. Agora é tarde. Porque ela já aconteceu. Se fizesse sentido falar no que não deveria ter acontecido, gente, o mundo seria ainda mais confuso do que este que você está testemunhando aí, ó. Se fosse para brincar de túnel do tempo, não é o carnaval deste ano que este escriba tiraria do mapa. É “mapa” que se fala, quando a referência tem a ver com a linha do tempo? Calendário?

Sempre existirão as questões que lhe são caras e que, pra outrem, não passam de cagadas. Maturidade, ou “a fina arte de aprender a tocar o surdo”, pode ser o estágio em que você aprende a não relativizar isso. E a não se preocupar. Porque relativizar é o de menos, ainda mais na hora em que você pensa que pode estar no caminho da morte.

Pizza e surdo combinam. Porque a base superior do instrumento — bem ali onde se bate — pode servir de bandeja. Nesse sentido, combinaria com qualquer alimento. Mas é que pizza é aquela coisa da qual a gente pode pegar uma fatia com as mãos (bem lavadas, claro) mesmo e comer sem muita cerimônia. Ainda mais se o comilão for um ianque. Está para nascer gente tão despreocupada com a maneira de comer pizza. E isso não é um ponto contra eles.

Em Botafogo, anos atrás, um casal discutia sobre a divisão de uma pizza. Não era bem uma discussão, mas, sim, um cara sendo acusado de comer uma última fatia sem autorização. Entre os intervalos na ladainha da acusação, quase dava para sacar as batidas de um surdo. Pizzas mal divididas podem dar em fins de namoros. Mas são as batidas de surdo que tornam dolorosas fins e despedidas — mesmo as que vêm de surpresa. Ou que não foram anunciadas. O surdo sempre está lá. Tum…!

Categorias
Ctrl + C -> Ctrl + V Música Umbigada Vídeo

:)

É muito fofo, quando logo pela manhã na segunda-feira um amigo do segundo grau te manda um vídeo do Napalm Death. Muito fofo mesmo: cover de um clássico do Sonic Youth! Só um camarada das antigas sabe do que a gente gosta, do que a gente sente saudade. Os vídeos de mulher pelada estão mesmo em baixa, durante a pandemia. Ou essa onda toda de doença mudou de fato a cabeça das pessoas. Valeu, Macaco Louco.

Categorias
Conto Literatice XXX

Dona Martha

Ela esculhamba com os clientes, pelo telefone. Outro dia, logo cedinho, parecia estar com a corda toda e falou com alguém de maneira bem áspera que era preciso parar de acreditar “nessa Astrologia de fundo de quintal”, porque “esse negócio de dizer que Escorpião é o inferno astral de Sagitário é uma tremenda bobagem; não existe isso de inferno astral, de um signo puxar o outro para trás”. Também era particularmente esclarecedor prestar atenção quando ela falava da carta da Morte: “É um sinal de renascimento, de mudança. Você precisa jogar fora as coisas velhas. Principalmente as da sua cabeça…”

Era possível ouvir muitas das conversas de dona Martha e concluir que ela dedicava muito tempo à Astrologia e ao Tarô. Assim com maiúsculas. Ai de quem escrevesse estas palavras com caixas baixas. Dava para imaginar isso, o perigo que seria, diante de dona Martha, não dar a devida importância à Astrologia e ao Tarô. Com dona Martha, todo cuidado era pouco. Se continuasse atento, talvez fosse possível para Nico aprender muito sobre aquelas ciências. Se tomasse notas, talvez pudesse no futuro inclusive oferecer estes serviços. Seria uma coisa meio fundo de quintal, claro, e ao pensar neste detalhe ele desistia do projeto. Nico era muito bom de projetos, outros surgiriam.

Ela não morava no mesmo prédio dele, mas provavelmente em algum edifício coladinho ao do rapaz. Isso dificultava a identificação da personagem. Quer dizer, já andava muito difícil identificar as pessoas co’essa história de todo mundo usar máscara. Conhecer alguém, neste período, o período das máscaras, era um lance bem improvável. O rapaz sabia disso e se dava por satisfeito quando, todas as manhãs, ali pelas 10h, a vizinha começava uma sequência de conversas pelo telefone.

Ela falava alto, durante os atendimentos, as sessões telefônicas com os/as clientes. E isso fazia com que o vizinho se perguntasse como não tinha começado a ouvir tudo aquilo antes. Talvez porque a doença, e o consequente isolamento das pessoas em seus cubículos, tivessem dado finalmente uma chance para a humanidade treinar a audição.

Houve vezes em que Nico se perguntou se havia mais alguém, além dele, concentrado nas conversas telefônicas de todas as manhãs. “Concentrado” era o jeito de dizer. Por causa da proximidade, não dava para fugir do que falava aquela senhora. “Senhora” também era o jeito de dizer, porque isso era só uma suposição, por causa do tom da voz que invadia o conjugado. As Verdades, assim também com maiúscula, invadiam os ouvidos de Nico. Martha com certeza não era uma adolescente, ainda mais tendo aquela coragem de identificar e condenar a Astrologia de fundo de quintal. E usando tantos plurais, como ela fazia… só podia ser uma senhora. “Deve ter sido professora”, ele desenhava.

Nico não ousava pensar nela em outros termos. Tinha certeza de que o nome dela se escrevia com “h”, depois do “t”. E era “dona”, sim, e não se falava mais naquilo. Pela regularidade com que as conversas vinham acontecendo, e sem que antes pudessem ser percebidas, talvez fosse uma vizinha nova. Mal podia esperar para que a pandemia passasse para descobrir de onde saíam todas aquelas frases tão certeiras. Tanta firmeza não se via em qualquer conversa… Estava com vontade de pedir a ela que fizesse o seu mapa astral. Ou que lhe desse a oportunidade de consultar o Tarô.

A dúvida era se deveria fazer isso pessoalmente ou tratar de agendar uma consulta por telefone. Era preciso ter o cuidado de não ser identificado pela vizinhança. Já bastava nas reuniões de condomínio ser “o maconheiro”, “o maluco” e “o artista”. Contava com dona Martha para esclarecer pontos importantes da vida. Por que as coisas andavam travadas no trabalho? Por que a carreira de artista não decolava? Por que Paula tinha ido embora? Por quê? Por quê?

Categorias
Parece Poesia Poesia Tipo Poesia Umbigada XXX

Leminskiando

Tenho uma coisa com sonho

Eu sonho

E tenho uma coisa contigo

Eu contigo

Categorias
Crônica

Curador de M

O hitchcockiano “Dial M for murder” ganhou nos anos 80 uma zoação em formato de fanzine: “Dial M for motherfucker”. A piada era boa, soava mesmo bem, e, ainda naquela década, “Dial M for motherfucker” virou também título de um álbum do Pussy Galore. Desde ontem, dá para usar esta zoação para nos referirmos a um certo curador: o nome dele começa com M e o cara vinha/vem aparecendo em lives para falar das novas possibilidades que aguardam a gente em museus e instituições que têm como “missão” levar “cultura” ao público.

O bamba da curadoria, arauto da transformação cultural, acredita que a saída para a sobrevivência das instituições será o que chamou de “vínculo afetivo” que houver/restar com os frequentadores. Até aí, tudo bem. OK também falar de instituições assim como se fossem “templos”. Mas já fica meio estranho quando emenda que, para estar nestes lugares, os representantes das camadas mais populares bem que podiam vestir o pano de festa, aquele ternozinho de fim de semana…

Outra ideia dada foi uma diferença no valor dos ingressos. Com venda antecipada, pela internet. Preços diferentes, experimentações diferentes. Quem puder pagar mais, sugere Mister M (essa também é boa e o pessal do ternozinho que não fala inglês pode entendender), talvez pudesse visitar os salões de exposição de maneira mais isolada, mais privê. Quem sabe até durante toda uma tarde, aproveitando para saborear um chazinho, ali pelas 17h.

Também foi possível ouvir a sentença de morte das “artes visuais”. Porque aquilo que apenas se vê será pouco para garantir sustentação a uma obra no universo que está para nascer na produção artística. E, claro, no circuito de eventual consumo do público (o privê, claro).

Houve ainda um momento para falar das companhias aéreas, que para ele devem, de alguma maneira, estar intimamente ligadas ao circuito das artes. A solução para a crise? Passagens bem mais caras. Sim, porque as pessoas precisarão ficar mais distantes umas das outras e aí, se as companhias quiserem se manter de pé, ou nos céus, a saída vai ser ter menos gente nas aeronaves. Todas aquelas empregadas domésticas indo para a Disney só podia mesmo dar nisso.