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Nick cria. Nick carimba. Nick vende

Será que encomendar alguma coisa do Nick Cave garante um happy-end? Ele é o CEO, funcionário do mês e o que mais houver de título por aí para fazer bombar o Cave Things. A gente que se acostumou a ver roqueiros velhos declarando que vender camisetas é mais proveitoso do que vender álbuns tem, agora, a chance de comprovar que vender bonequinhos, pôsteres, correntinhas, e outras tralhas fofas pode garantir o pagamento do aluguel de uma estrela do rock no Hemisfério Norte.

Cave aparece datilografando, carimbando, assinando coisas para deixar a gente com água na boca, mas… Mas você corre o risco de querer vencer o trauma de perder um bolachão no buraco negro dos correios e dar de cara com custos estratosféricos de envio. Estratosféricos, isso mesmo. O que dizer de um pôster que custa 10 pratas mas que, na hora de calcular o envio, faz o preço total saltar para 32 pratas? Pratas gringas, ainda por cima.

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Boteco connection #4 — Vender cerveja requer paciência

Era fácil encontrar um traço de saudade, em qualquer crônica que se embrenhasse por botecos. Goró é a droga “permitida”, então, pra muita gente, é sobre ele/ela que se deve/pode escrever. E sobre a relação entre isso e os desdobramentos que podem surgir nas vidas de quem está em volta. Quando o assunto é uma desgraça, porque todo mundo sabe que o álcool provoca muita tragédia, aí a gente não chama de crônica e esquece das vezes em que celebramos a “permissão” que reina por aí. Para quem pode, é bom esquecer.

Antigamente, tinha aquela possibilidade de piada, que era o cara dizer “sou maior e vacinado”, o que parecia deixar clara uma certa “permissão” para pequenas (e às vezes grandes) ousadias. Agora, com a escassez de doses contra o Covid-19, não faz muito sentido recorrer a essa alegoria. E marcar ponto nos botecos envolve um certo risco. Tem isso, também. Risco de vida, pode-se dizer, porque estamos falando da possibilidade de contágio. Não é todo mundo que pode correr tal risco…

Mas os balcões e seus atendentes-terapeutas seguem resistindo. Neste momento, aqui em frente ao escriba, há um desenrolo desses que fazem o calouro querer prestar atenção em todos os detalhes. Vale dizer “calouro” porque, para quem já conhece ao menos de vista o personagem que está ali em ação, sabe que a conversinha picareta se repete sempre e não leva a lugar nenhum. Vender cerveja requer doses gigantescas de paciência.

Mas uma série de promessas/esporros e desculpas, repetidas diversas vezes, seguidas por intervalos com suor, caras-vermelhas e confissões quase choronas merece registro. Enquanto se puder fazer isso dando a outrem uma provinha do gosto que há nesta brincadeira, que se faça. Vamos aproveitar as permissões que temos. Mas com responsabilidade. E antes que seja tarde.

Uma piada não precisa ser repetida inconsciente e insistentemente para correr o risco de gerar risos amarelos. E amarelo não é problema. Nem vermelho. O problema hoje em dia é verde-e-amarelo, isso, sim.

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@monteiro4852 #48

Essa falta de tempo desgraçada. E aquele papinho irritante de sempre de que a sorte é para os audaciosos. A gente precisa ser a cada dia mais forte. Já tomou a vacina, você? Já derrubou algum muro, hoje? Levantou alguma laje para garantir a feijoada? E algum copo, levantou?

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@monteiro4852 #47

Quase maio.

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Stop

Faltou firmeza, Zé. Posso te chamar assim? Acho que sim. A gente já se conhece há algum tempo. Desde a época da Senhorita Indigo, lembra? Tá ligado, Zé? Senhorita Indico, lembra, Zé, era aquela moça que a gente quis apelidar no esquema “Cães de aluguel”. E o nome dela começava com “I” e tava todo mundo bêbado e misturou isso com um jogo de Stop em que uma das lacunas pedia “Cores”. O tempo boa, digo, voz, digo, voa, né, Zé? Como será que anda hoje em dia a Senhorita Indigo…? Peraí, acho que era Ms Indigo. E era Ms porque a gente não queria arrumar confusão com a mulherada, além de ser fiel ao esquema tarantinesco. Aliás, a gente nem devia estar falando nestes termos. “Mulherada” pode ser uma expressão perigosa pros dias de hoje.

Tô falando isso contigo, Zé, e lembrando dos playbas que reclamam de terem perdido o direito a certas piadas. Lembrar deles é um negócio que sempre acontece. Mas vamos deixar pra lá os playbas, vamos ficar na firmeza, naquilo que faltou no desenrolo. É, finalmente, rolou o desenrolo. Espero não estar complicando muito as coisas. Boto fé que você vai entender. E mais do que isso. Boto fé que você vai me ajudar co’essa história. Porque acho que eu tô lançando esse caô de que faltou firmeza do outro lado mas isso pode ser só um reflexo da firmeza de que careço do lado de cá. Pois é, tem isso, meu amigo. E pela tua cara tô vendo que você concorda comigo. Essa tua cara é inconfundível, meu irmão. A tua cara é só a tua cara, e de mais ninguém: impossível alguém copiar a tua expressão, Zé. Você é único. Tipo o Ron Weasley, em qualquer “Harry Potter”.

Essas referências do universo pop são um problema, às vezes, né, Zé? A gente quer dar um encaminhamento pros nossos problemas usando essas porcarias que inventam pra gente consumir e nem sempre isso dá certo. Hoje mesmo, tava vendo um cara com uma série de fotos de camisetas de bandas do esquema Oi. “Ah, mas Oi não é pop. Oi é Oi…” Mais ou menos, né, Zé, a gente pode meter esse rótulo aí do pop pra muita coisa. Não me pergunte por que estou usando maiúsculas pra um e minúsculas pra outro. Porque não tenho essa resposta. Perdoe a piada, Zé, é que eu na verdade tenho pouquíssimas respostas. E tô naquela fase em que ando sacando que muita gente anda sem paciência para perguntas ou para séries de perguntas. Pessoas de todas as cores, como talvez dissesse Ms Indigo.

Cores, crenças, vacilos, doenças. O ano do repeteco. “Hein!?” Não, não. Calma. Longe de mim sugerir que você está se repetindo, amigo. Estas voltas todas são na verdade pra te agradecer pela paciência comigo. A gente tava já há um tempão para se encontrar prum almoço. E você, cara, sem caô, nestes últimos dois anos, acho que é a única pessoa, posso te chamar de pessoa, né, Zé?, a única pessoa com quem tive vontade de me sentar para comer um negócio e beber uma cerveja ou um vinhozinho. Ah, por falar em vinho, teve um pessoal do grupo do trabalho que sugeriu um rótulo português que tem ali naquele mercado da praça. Parece que tá custando 30 pratas e é bom. A gente merece gastar um cascalho num vinho, concorda? É um investimento. A gente não sabe o dia de amanhã. Vamos beber, enquanto dá. Zé? Tá me ouvindo?

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@monteiro4852 #46

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Recomendação

Alberto Monteiro mandou junto com o #45:

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Segundo tempo

Teve sorte: conseguiu parar o carro bem em frente à casa do maluco. Deu uma ajeitada no banco, mexeu nos espelhos e só depois disso tudo mandou uma mensagem, para dizer que já estava lá. Tinha tempo. Enquanto escrevia, e graças aos ajustes que havia feito no assento, percebeu que em volta dava para contar três outros veículos brancos estacionados por perto. Era difícil manter a concentração para digitar frases; preferia mensagens de voz. Por um momento, sorriu, pensando que o amigo talvez tivesse dificuldade para encontrá-lo, quando descesse com o pen-drive. Estava ali para resgatar arquivos importantes, mas não havia mal nenhum em dar umas risadas vendo o Porco indeciso sobre que direção tomar.

Eles se tratavam assim. Um era o Porco. O outro, Animal. Morricone, Banhão, Cezinha, Rocky e Arrombado completavam o time. Ninguém era bom de futebol. Com o Arrombado, era um problema, porque era um apelido/termo que usavam também como tratamento de um modo geral e ainda para demonstrar “carinho”. Era comum ouvir coisas do tipo “E aí, arrombado?” ou “Eu te amo, arrombado”.  Eram manés carinhosos. Tinha de tudo: os que não acreditavam mais em Direita e Esquerda e os que sentiam saudade da época em que se ensaiava uma revolução qualquer. Com os apelidos, sentiam-se num universo tarantinesco. Percebiam-se adolescentes. Havia inclusive quem se sentisse mais “macho”, caso do Rocky, e por conta disso os amigos precisavam tomar conta dele quando o encontro era em algum boteco e bebiam demais.

“Para encontrar diversão, você precisa estar disposto a encontrar diversão.” Foi disso que o Arrombado lembrou quando o Porco apareceu, de repente, quase lhe dando um susto, sem-querer-querendo. E aí, por cinco segundos, o abençoado-que-usa-o-veículo-da-firma sentiu-se um sujeito de sorte. Não tivera a chance de testemunhar o amigo perdido entre os vários carros brandos da área, mas a gargalhada havia chegado, anyway, com aquele quase-susto. Naquele parêntese, ali, sentiu-se um homem de sorte, por conseguir rir. As pessoas de um modo geral não andavam rindo muito. O Arrombado gostava de sentir-se alguém “fora da curva”.

“E aí, viu o filme?” “Vi, cara, e porra achei muito maneiro.” “A ideia era essa. A mina curtiu?” “Porra, supercurtiu.” “A ideia era essa.” “Quando é que a gente vai beber uma cerveja?” “Porra, tá foda esse negócio de conseguir parar pra beber uma cerveja.” “O amigo até tem conseguido de vez em quando sair cedo do trampo, né? Maneiro, isso.” Houve um momento de silêncio. Sempre havia. Parece até que esperavam por isso. E também como sempre acontecia um dos dois falou: “Porra, cara, eu te amo. É sempre um prazer ver o amigo.” Combinaram cerveja, acertaram churrasco, sacanearam o Morricone, reclamaram da mulher do Rocky. Repetiram a declaração de amor e se despediram, satisfeitos pra caramba com aquela meia-dúzia de bobagens que haviam dito um pro outro.

Quando o Arrombado ligou o carro para embicar na direção do Méier, percebeu um barulho estranho. Trabalhava com aquilo, com barulhos estranhos, e ficou feliz por ter aquela habilidade/sensibilidade. Desligou de novo o motor. Desta vez, não arrumou o banco para digitar a mensagem, que seria para a patroa. Estava treinando mensagens de texto. Queria avisá-la do problema na carroça da empresa, porque aquilo significava que, no finde, talvez não fossem viajar. Meio que para compensar, avisou que levaria um galetinho e cervejas bem geladas compradas na Marlene. Não queria confusão com a patroa. Não tinha tempo para isso.

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Colagem / Pregação

Pode parecer bobagem, uma enxurrada de letras, num documento qualquer. Ou uma overdose de tretas. Segurança que é bom… necas! Primeiro, tem que se amar. A vida não é um mar de rosas? Ok. Mas pode ser uma cachoeirazinha, hein!? O tempo inteiro, você ali, gritando, quando de repente percebe que está sendo usado e nada mais. Nada mais. Nada mais.

Será que é aquela, a Rainha De Ouros? O Rei não precisa ser De Paus. Mãe que quer ver o filho sofrendo, tá louca. O galo canta todo dia. É bom parar pra pensar porque… …não passa de caô aquele caô de que “Não quero saber se o pato é macho, eu quero é ovo!” Pode ser que exista um caminho para quem ama. Tá difícil de enxergar? Levanta a cabeça, pô.

Assim ou assado? Pastar ou finalmente fugir do passado? Ninguém é melhor do que ninguém? Há verdades que podem ser ditas de maneira carinhosa. Para isso, é preciso fugir da repressão. Não queira agradar outrem. Os amiguinhos da escola, a família? Seja você. Fiquem com Deus.

Pode ser que aquela leitura tão recomendada não faça qualquer sentido. Ainda mais que sugerir que alguém leia qualquer coisa, hoje em dia, é sugerir murro em ponta de faca. Quer dizer, você pode falar com uma mula que esteja disposta a te ouvir. Mas quantas mulas você conhece? Muitas? Poucas? É difícil escolher o alvo. E conselho, se fosse bom…

Que silêncio, hein!? O vizinho faz bobagem, você aponta e ainda tem que lidar com caras feias. Assim mesmo, no plural, porque idiotas parecem cada vez mais capazes de influir/influenciar na vizinhança. Na cidade. No mundo. Tristeza profunda é um negócio que pode atingir qualquer um. Vizinhos idiotas, também. Quanta gente dormindo na rua, caramba.

Pode ser que tenha uma pessoa querendo falar com você. Mas focar na “tua” não vai atrapalhar em nada. Manter os ouvidos abertos, da mesma forma, dificilmente vai ser um problema. Se tem uma coisa nova no horizonte, dê uma moral, porque além do horizonte existe um lugar bonito e tranquilo pra quem quer mamar. Quantos anos mesmo você tem, hein!?

Compreender a si mesmo é o grande perrengue. Controlar o consumo de milk shake, em certas tribos, não é coisa que tire o sono de ninguém. Calor? Um mergulho resolve. Dor? Hora de perdoar a indústria farmacêutica, mas pode fazer isso sem anunciar no jornal? Ah, sim, jornal é uma coisa que praticamente não existe mais. Dois caras aqui da praça quem fazer isso, tipo brincar com o que não existe mais.

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@monteiro4852 #38

De bobeira? Dá uma volta por Copa, coma num japonês ou tome um cafezinho numa esquina qualquer. Tá o maior solzão. Sol é amor.