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A dor de perder um disco…

Um momento música de acampamento. Assim é “Sketch of light“. Capaz de fazer você imaginar um ex-SY em frente a uma fogueira, com um violão de aço… Prepare-se para uma daquelas introduções demoradas, do tipo que levam a gente até um passado que nem é tão distante mas que, pela velocidade como as coisas andam acontecendo, sugerem um hiato de sei lá 200 anos (?). E olha que Sonic Youth tinha um pouco a ver com “velocidade”, hein? Agora, “Sketch of light” faz a gente acreditar estar diante de um certo vovô Thurston, na jogada. É, porque apesar de aparecer posando em fotos com Iggy Pop ele não parece ter se transformado no monstro pop que dona Kim desenhou naquele livro dela. De volta à música: não era introdução, era uma instrumental mesmo.

A sugestão é a gente ficar mesmo com o sketch, com o rascunho, porque comprar vinil está muito caro e muito arriscado. Este sujeito aqui do outro lado da tela amargou uma perda, recentemente, ao apostar na encomenda do 12 polegadas do vovô Moore. Nunca houve um cara tocando a campainha para avisar que “By the fire” estava chegando. Aí, agora, nessa internetência de meu Deus, surge um consolo. É um consolo. Lento. Sem voz, como se ele não tivesse o que dizer pelo bolachão que nunca chegou…

A solução, como já pregava nosso amigo Zé Sem Nome, é o Bandcamp. Lá, você ouve “Sketch of light” e outras coisas mais frescas do ex-/sempre- Sonic Youth. Tem por exemplo “7/7/77“, dele com (o guitarrista e DJ) Zac Davis, que é um mergulho naquela agonia noise de antigamente. ZD já tinha trabalhando com grampa Moore e outros integrantes do SY, ao longo da década passada, quase sempre ensopado por esse molho noisey do fim do século 20. Alguns caras parecem congelados no tempo e são muito atuais por isso. “7/7/77” é um desafio para qualquer ouvinte, mesmo fã dos trabalhos antigos dos artistas em questão.

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